Junho de 2022 – N.01
Entre 2021 e 2022, como tem Evoluído a Arena de FIDCs no Brasil?
O início de 2021 foi marcado mais que pelo risco, mas pela incerteza induzida pela pandemia de COVID-19. Além disso, desaceleração do crescimento econômico, aceleração da inflação e mínima histórica de taxa de juros no Brasil. Apesar do início do processo de vacinação no Brasil, a perspectiva para o cenário econômico era pessimista, já que o ritmo de imunização era considerado lento, possivelmente devido às dificuldades de logística, e o número de novos indivíduos contaminados continuava em patamares elevados.
Embora o cenário fosse, à época, de incerteza, nos primeiros 5 meses de 2021, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) mostraram-se razoavelmente resilientes frente à volatilidade nos mercados. Tanto o Patrimônio Líquido, quanto o número de fundos, cresceram comparativamente ao mesmo período em 2020. Foram atingidos patamares inéditos de Patrimônio Líquido a partir do mês de março de 2021, quando o patrimônio líquido atingiu o recorde histórico de 219 bilhões de Reais, e continuou em trajetória ascendente ao longo daquele ano.
A conjuntura econômica no início de 2022 apontava um novo contexto para a economia brasileira. Tanto a perspectiva de controle da pandemia, quanto a ênfase a ser dada ao controle da inflação após fortes estímulos monetários durante o auge da pandemia atraíram especial atenção, realçando-se a elevação da taxa básica de juros da economia.
Em um cenário de altas consecutivas da taxa básica de juros destaca-se também, nos primeiros meses de 2022, o crescimento do Patrimônio Líquido dos FIDCs, que praticamente dobraram de tamanho, se comparados ao mesmo período em 2021. Ressalta-se que os FIDCs podem representar oportunidade de investimento neste contexto, pois suas cotas possuem, na maior parte das vezes, desempenho associado à taxa básica de juros. E ainda, geralmente possui carteiras pulverizadas em uma ampla gama de recebíveis, portanto, permitindo diversificação do risco de crédito.
Ao final de abril, o Patrimônio Líquido consolidado da indústria de FIDCs registrou 355 bilhões de Reais, com 1.621 fundos em operação no Brasil. Essa performance alcançou seus maiores níveis históricos naquele mês. Não são apenas os valores absolutos dos indicadores que chamam a atenção, mas a aceleração do crescimento, em termos nominais, conforme ilustrado pelas setas verdes no gráfico adiante.
Evolução do Patrimônio Líquido FIDCs 2021-2022 (em milhões, R$)
Fonte: Elaborado pela equipe da Bells & Bayes, com dados disponibilizados pela Comissão de Valores Mobiliários.
Ao final de maio de 2022, data com os dados mais recentes disponíveis, foram constatados 1.621 FIDCs em operação no Brasil (conforme adiante ilustrado), que possuem um Patrimônio Líquido consolidado de aproximadamente R$ 330 bilhões.
Fonte: Elaborado pela equipe da Bells & Bayes, com dados disponibilizados pela Comissão de Valores Mobiliários.